28 de fev. de 2006

Perdida entre rótulos de requeijão


Como saber quanta gordura estou ingerindo se o rótulo dos alimentos industrializados fingem que estão me informando, mas estão me deixando mais perdida? Compare, por exemplo, o que dizem os rótulos do requeijão da Danone e do requeijão do Pão de Açúcar (marca nova) sobre o teor total de gordura que contém cada porção de 30 gramas. Ambos dizem conter 9% dos VD, ou seja, os valores diários recomendados, só que o Pão de Açúcar se baseia numa dieta de 2.000 quilocalorias e a Danone, numa dieta de 2.500 quilocalorias por dia. Ou seja, o valor equivalente a esses 9% em gramas é diferente para cada marca: 4,8 gramas no requeijão do Pão de Açúcar e 7 gramas no da Danone. Ah! A Danone tem sua versão light de requeijão, com menos gordura, mas bem mais sem graça, com gosto de nada, porque é feito de um monte de compostos novos que substiuem os ingredientes convencionais, como o amido modificado. Diz o SAC da Danone que os consumidores aprovaram a nova versão light, lançada em 2005.

Segundo as mais recentes recomendações do USDA, o órgão máximo americano que dá as coordenadas das políticas de saúde nos Estados Unidos e que é a principal referência da indústria alimentícia brasileira, devido aos probleminhas de sobrepeso que vêm acometendo cada vez mais gente cada vez mais cedo (os índices de obesidade infantil dão medo), essas tabelas de composição nutricional agora devem se basear na dieta de 2.000, e não mais de 2.500 quilocalorias. Além disso, já em 2006 passa a ser obrigatório incluir na tabela o teor de gordura trans-saturada, que é a pior de todas para a saúde. O rótulo do requeijão do Pão de Açúcar (que, talvez por ter sido lançado agora, já se adiantou) já menciona essa parte da composição, mas não estabaleceu a porcentagem. Os dois asteriscos colocados nos parênteses são explicados assim, de ponta-cabeça: Valores não estabelecidos.

Outra novidade dos requeijões é a quantidade que vem dentro do copo. Antes 250 gramas, agora 220, mudança devidamente avisada na embalagem, mas não necessariamente percebida no caixa, porque o preço não baixou, assim como aconteceu com os papéis higiênicos, os biscoitos, os chocolates e tantos outros produtos.

Será que dá para vocês, indústrias, melhorarem o entendimento do consumidor sobre o que escrevem nos rótulos? Se todas usarem os mesmos parâmetros, será mais fácil comparar. Ou o objetivo é que não saibamos comparar?

2 comentários:

Anônimo disse...

... mas... Engraçado. Não entendmo mesmo nada disso. Esse valor recomendado é mínimo ou máximo? Acho estranho esses valores não terem a ver com o peso ou estatura do ser humano consumidor... affe... tantas perguntas... tão poucas respostas... tantos números... tantas calorias... tão pouco sabor... rss

Anônimo disse...

Ou o objetivo é que não saibamos comparar? Falou e disse...