Retomo a alimentação deste blog, depois de um longo “descanso”, com uma notícia curiosa. Daqui a dois dias, representantes da indústria e do varejo e o Ministério da Saúde irão sentar para conversar. Eles pretendem assinar um “convênio de colaboração” em nome da “promoção da saúde e hábitos de vida saudáveis”, segundo a nota de divulgação. Será que todo mundo começará a falar a mesma língua? Estará a indústria, aquela mesma que adora lançar guloseimas superaçucaradas e coloridas no horário da programação infantil de TV, disposta a censurar seus anseios e investir pesado em alimentos que alimentam de verdade?
É bom lembrar que hoje as empresas estão espertas e apostam em marcas de apelos diversos. A Pepsi, por exemplo, é dona da Pizza Hut, da Quaker e da Gatorade. De um lado ela vende refrigerante, que não serve para nada do ponto de vista nutricional, e do outro vende aveia, um cereal cheio de fibra pra dar. A Kellogg’s tem o Müsli mas também tem o Froot Loops. Se até o McDonald’s começou a vender saladinha e maçã para não perder mercado para as redes mais naturebas, não há conglomerado industrial no mundo que não vá querer seu quinhão nesse mercado cada vez mais saudável.
O teor do documento a ser assinado nesta quinta-feira, de acordo com a divulgação, é de um compromisso monetário. Os donos da grana, representados pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), estariam vinculados às campanhas educativas do Ministério da Saúde por meio das tão famosas Parcerias Público-Privadas. Ah, tá. Eles continuam lucrando com guloseimas e dão uma parte do dinheiro para convencer crianças e adultos a comprar outra coisa, é isso? Soa estranho, não? Quem puder ir lá checar o que vai ser que vá e me conte. Vai ser no Hotel World Trade Center - Av. das Nações Unidas, 12.559 - São Paulo.
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