Os americanos inventaram um termo para falar do tipo de comida considerado mais saudável e mais ecológico no momento, ou seja, frutas e verduras recém-colhidos do pé. O temo é local food. Sabe o que é local food? É o que a minha tia de Fernandópolis, interior de SP, compra desde a minha infância. Neste natal estive lá, me esbaldando de novo. No primeiro almoço das minhas miniférias na casa dela, tivemos salada recém-colhida do pé. Para eles, é um hábito absolutamente corriqueiro, mas ainda assim muito valorizado. É assim: ela caminha dois quarteirões até a horta de um tiozinho lá do bairro, senta num banco debaixo de uma manqueira que faz uma sombra salvadora no meio daquele calorão e espera sua vez. Quando ela diz do que precisa, o tiozinho vai até a horta, colhe as verduras e os temperos que a cliente pediu e traz para ela ver. Ele lava os maços em dois tanques de água, põe na sacola e pronto. Dali a meia hora a salada estava servida na casa da minha tia.
A cozinha da Marli está cheia de local food. Ovos caipiras, café puríssimo, coalhada seca trazida por amigos de Rio Preto, a rosca quentinha que a vizinha traz em cortesia assim que tira do forno. Ë que o produtor mora ao lado, né? Quem tem uma horta, um sítio, ou família na zona rural acaba trazendo parte da mercadoria para distribuir entre os amigos. E para os parentes dos amigos, porque eu aqui em Sampa também já estou ganhando ovos e café do interior quando minha prima mais velha passa o fim de semana em Fernã. São 600 quilômetros de lá para cá, o que torna essa comida um tanto distante para mim. Mas dá vontade de ir mais vezes para o interior só pra sentir o gosto dos alimentos mais presente.
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