O Brasil ainda não tem, mas faz décadas que em alguns países da Europa toma-se um leite de vaca que não precisa de tratamento térmico (como o UHT) e mesmo assim é seguro. Esse leite passa por outro processo industrial, chamado microfiltração, que preserva o gosto de leite cru – coisa que o brasileiro urbano já esqueceu faz tempo. Segundo o Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), que vem estudando a microfiltração há pelo menos três anos, a tecnologia utiliza membranas semipermeáveis, espécies de filtros, que podem ou não ser combinadas a um tratamento térmico brando.
A vantagem do leite microfiltrado, segundo o instituto, é que as membranas semipermeáveis retêm os microorganismos sem utilizar tratamentos térmicos agressivos, e assim as proteínas e vitaminas são mantidas, preservando-se as propriedades nutricionais e os conseqüentes benefícios à saúde. O pesquisador Manuel Carmo Vieira diz que o equipamento de microfiltração só é fabricado fora do Brasil, mas é mais barato do que o utilizado no aquecimento UHT. Talvez por conta das dificuldades de armazenamento e transporte, já que o leite filtrado precisa de refrigeração constante, a produção de leite longa vida acaba sendo mais lucrativa. Quer dizer, se houver produtores interessados em trabalhar com a microfiltração, o consumidor provavelmente terá de arcar com um preço mais salgado.
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