18 de mai. de 2008

Na cozinha do Jamie

Acabo de assistir a mais um episódio de Jamie at Home, o saboroso programa do jovem e famoso cozinheiro britânico. Desde que voltei a morar sozinha, passei a prestar mais atenção ao que é preciso fazer para garantir algumas refeições minimanente satisfatórias em casa. E o Jamie estava sendo uma de minhas mais alegres inspirações. Eu assistia, maravilhada, ao jeito rápido como ele tornava tudo lindo e cheiroso, e ia ao sacolão chique aqui do bairro em busca de ingredientes para uma receita adaptada. Só que um trabalho que fiz sobre cozinhas seguras me deu um novo ponto de vista para a cozinha de Jamie.

Pode olhar a foto. Há madeira por todo lado. A bancada dele é toda de madeira, e ele põe ali de carne crua a temperos recém-colhidos da horta. Pica tudo ali mesmo, joga na panela, pica mais alguma coisa, arrasta para o lado, põe a panela quente onde estava a cebola. Nos restaurantes, madeira é proibida. Tem de ser tudo de inox, polietileno, materiais que não servem de casa para bactérias e fungos. O Jamie também adora experimentar a comida enquanto a prepara. Mete o dedo no molho, lambe o dedo e volta a pôr a mão nos ingredientes. E diz que é para acertar no tempero para as visitas.

A cozinha de Jamie é insegura? Talvez não, se ele tiver uma faxineira caprichosa e se aqueles pratos todos forem consumidos logo. É isso que torna nossa cozinha doméstica menos ameaçadora que a comercial (quando os cuidados básicos são tomados, claro): a comida é feita para pouca gente e não fica guardada por muito tempo.
Então, se eu fosse um dia convidada a almoçar com o Jamie na casa dele, é claro que eu iria. Talvez até lambesse os dedos também. Mas aí não enfiaria a mão na comida de mais ninguém, né?

3 comentários:

Tiago Ferigoli disse...

Comentário de um publicitário que sonha um dia ter seu próprio restaurante, para cozinhar para os amigos. Assim como: nas artes plásticas, no cinema, e na música, cozinhar envolve todo um processo criativo. Mais do que isso, é o ato de se envolver com os sentidos (olfato, paladar, tato, visão). O prazer de cozinhar é poder misturar, criar e sentir. Eu particularmente adoro sentir o cheiro dos alimentos enquanto estou cozinhando. Fazer um pouco de “sujeira” também é permitido, a final, é para ser divertido, prazeroso. E claro, nunca pode faltar uma boa garrafa de vinho: antes, durante e depois de cozinhar.

Tiago Ferigoli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

É verdade que a madeira é casa para "bichinhos" indesejáveis. Mas é linda uma cozinha feita com o material. De repente, uma idéia seria passar esses vernizes antibactericidas que existem no mercado. Ou coisa do tipo. Beijo!