16 de fev. de 2009

O casamento do meu melhor namorado

E lá se foi ele. Bom partido pra chuchu. Vegetariano, desses que gostam de cozinhar. Conheceu a moça na minha casa, numa festinha, num dia de fossa, vários fins de namoro depois daquela conversa com alguma cerveja em que decidimos seguir cada um para o seu lado, sem no entanto abrir mão de uma amizade ótima que vale a pena manter. Veio tentar se animar na festinha e deu nisso. Tomamos vinhos, comemos quitutes leves com pastas de azeitona e grão de bico e frutinhas. Então saiu rapidinho da fossa, engatou namoro com a moça bonita e em menos de um ano, casados. O amor é lindo. O casamento foi lindo. E vegetariano, como o noivo. A festa teria valido a pena só pelo bufê, não tivesse sido muito bacana também pela originalidade da cerimônia, pela beleza da decoração na casa da mãe da noiva e pela presença de várias pessoas legais.

Na primeira sala, um jardim de doces impecavelmente embrulhados em envelopinhos de papel. Certamente eram todos muitíssimos saborosos, mas era impossível provar todos ao final da vesta depois da fartura de gostosuras salgadas (e alcoólicas) que vieram antes. Então a gente seguia pelos cômodos, ia cumprimentando as pessoas, aceitando taça de vinho e, muito curiosamente, os canapés.

Ah, os canapés. Um melhor que o outro. Primeiro, um de tomate com ricota e alecrim que era meio doce e meio salgado. Surpreendente. Depois, um de homus. Mais tarde, uma cestinha feita de gergelim recheada de queijo de cabra. Não sei quantos repeti de cada um e dos outros todos que passaram por mim, entre um gole e outro de vinho branco ou de caipirinha de frutas vermelhas (lindas!). Uma pausa no bate-papo para assistir aos discursos (dos amigos, pois não houve padre, pastor ou juiz) e, logo depois, o jantar. Uma salada de grãos com verdura num pote de vidro transparente seguida de uma polenta cremosa com molhos (de tomate ou gorgonzola, com pesto e queijo ralado), servida numa tigela de louça esverdeada. Tudo uma delícia.

Eu nem tinha me ligado de que o cardápio era vegetariano, até o nutrólogo que foi padrinho do noivo vir comentar sobre os prazeres que os carnívoros não acreditam ser possível tirar dos vegetais. Na comparação com os tradicionais (e muito gordurosos) salgadinhos de festa, como coxinhas e empadinhas, não tem nem comparação. Os canapés do casamento do meu melhor (ex)namorado bateram de longe qualquer tradição. E, para quem ainda duvidava, deram mais uma evidência de que esse casal acertou na união.

Parabéns aos noivos!

3 comentários:

Anônimo disse...

Achei seu blog por acaso e gostei muito desse post, nao percebi ressentimentos e melodramas e por essa razão virei aqui sempre!

Tom disse...

:)
É sempre difícil escrever depois que leio seus textos... adorei o post Frani!
beijinhos

Let disse...

O Tom me mostrou esse post e achei ele maravilhoso! Fiquei muito feliz tanto com a descrição que você fez da festa como a forma como você escreveu.
Beijos!
Let