Pitacos saudáveis na compra alheia

Hoje fiz uma coisa que adoro: convenci um freguês do supermercado a não levar um produto não saudável. Ainda bem que ele já estava em dúvida sobre comprar o produto e eu nem precisei meter meu bedelho de graça.

A fila estava demorada e ele resolveu puxar conversa. Comentou que prefere fazer compras no sábado, quando há mais caixas funcionando, e compartilhou a dúvida em relação ao molho de tomate pronto. "Eu não queria levar, mas agora já peguei". Aí aproveitei. Eu disse que não comprava esse tipo de coisa, devido ao excesso de sódio. Que preferia lata de tomate pelado ou tomate fresco, e que hoje estava levando tomates orgânicos.

Aí ele foi checar qual era o teor de sódio no molho: 15% do limite diário. Achou muito e desistiu da compra. Botou o sachê no caixa ao lado, que estava fechado.

Depois resolveu dar palpite na minha compra. Avistou um doce enlatado e acusou: "Ei, isso aí também tem conservantes, não?". E respondi, rápida: "Não tem, o senhor acha que não olhei?". E provoquei: "vamos comparar os dois". O doce não tinha sódio na tabela nutricional: era puro carboidrato. Já o molho que felizmente ele havia desistido de comprar tinha os tais 15% de sódio não no pacote inteiro, mas em meras três colheres de sopa. "Isso aí é uma bomba", decretei.

Foi o argumento fatal para o colega se convencer de vez. Pagou sua compra, me deu seu cartão de visitas e se despediu da pessoa que ele chamou de "simpatia". E não é que tem gente que gosta de palpites sobre o que põe na mesa? Missão cumprida então. Pelo menos até o jantar deste domingo.