Reproduzo aqui nota de imprensa divulgada pela Oxfam ontem:
Nesta terça-feira, exatamente um
mês após o lançamento da campanha Por Trás das Marcas, da ONG Oxfam, as
empresas Nestlé e Mars se comprometeram publicamente a mudar suas políticas e
ações. Após o engajamento de mais de 65 mil pessoas, as empresas divulgaram
metas para melhorar a condição de trabalho das mulheres envolvidas na produção
do cacau utilizado em sua cadeia de produção.
Nestlé e Mars, que juntas
controlam 27% do mercado global de chocolate, foram alvo da petição criada pela
Oxfam para pedir mais responsabilidade com as produtoras de cacau. Nesta terça,
as empresas se comprometeram a:
Mars
- Assinar o Princípio de Empoderamento das Mulheres até 1º de maio
- Realizar avaliações sobre as condições de trabalho das mulheres e o
impacto da produção de seus fornecedores na Costa do Marfim, principal produtor
da commodity, até o fim deste ano.
- Colocar em prática, até 1º de abril de 2014, um plano de ação
específico para abordar questões levantadas pelas avaliações e que gerem
impacto direto na diminuição da pobreza nas comunidades produtoras de cacau na
Costa do Marfim.
- Elaborar um conjunto de indicadores de desigualdade de gêneros que
possa ser utilizado globalmente.
- Reportar regularmente as condições de produtoras de cacau nos quatro
maiores países fornecedores da Mars até 1º de janeiro de 2015, com comprometimento
e transparência.
- Expandir suas avaliações e ações para esses quatro países produtores
até 2018.
Nestlé
- Mapear o papel da mulher na cadeia de fornecimento da Nestlé, por
exemplo, nas cooperativas e em aldeias de agricultores, como trabalhadoras e
membros da família.
- Examinar os riscos e os obstáculos que as mulheres enfrentam em
fazendas, cooperativas e aldeias.
- Analisar o papel que as mulheres podem desempenhar na melhoria das
condições de trabalho.
- Ações em curso: discussões com o Pacto Global das Nações Unidas para
definir os próximos passos do Princípio de Empoderamento das Mulheres; pedido
para que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) aumente o foco nas
questões de gênero em sua avaliação das cadeias de fornecedores de cacau na
Costa do Marfim. A avaliação será conduzida de outubro de 2013 a março de 2014.
A notícia é boa, mas está longe
de ser o bastante para a Oxfam. A organização continua a pedir o engajamento
dos consumidores para monitorar a conduta das gigantes do setor alimentício. A
petição do cacau, endereçada primeiramente a Nestlé, Mars e Mondelez, seguirá
ativa na página da campanha (oxfam.org.br/portrasdasmarcas). Desta vez, para
pedir que a Mondelez Internacional, que controla 15% do mercado global de
chocolate e possui marcas como o chocolate Milka e o biscoito recheado Oreo,
siga o exemplo de suas concorrentes e se comprometa a exigir de seus
fornecedores a garantia dos direitos das mulheres envolvidas na produção de
cacau.
“Este é um excelente primeiro
passo, mas só será válido se as empresas mostrarem que estão fazendo. Para isso
a transparência é muito importante. Continuaremos a monitorar o comportamento
dessas empresas e a lutar para que as medidas tomadas internacionalmente sejam
estendidas para o Brasil”, afirma Rafael Cruz, Assessor de Políticas Públicas
da Oxfam no Brasil.
Por Trás das Marcas é parte da Campanha Cresça,
uma iniciativa global da Oxfam que busca soluções para um sistema alimentar
mais justo. O ranking que avalia as políticas das empresas é fruto de uma
pesquisa de 18 meses sobre as políticas de compras de matérias-primas de 10 gigantes
do setor alimentício do mundo: Nestlé, Danone, Coca-Cola, PepsiCo, Unilever, Kellogg’s,
Mars, Mondelez, General Mills e Associated
British Foods.
A Oxfam é uma confederação internacional de 17 organizações
não-governamentais que lutam para o fim da pobreza e da desigualdade no mundo.
Fundada em 1942, na Inglaterra, hoje atua em mais de 90 países.
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